Jocasta, a tragédia de Édipo sob o olhar de uma mãe

fev 05, 2014 Entretenimento, Espetáculos, Notícias

O espetáculo “Jocasta” fica em cartaz até o dia 27 de fevereiro no Teatro Eva Herz. O monólogo, de Elias Andreato, é estrelado por Débora Duboc.

A peça é um mergulho na alma de Jocasta, rainha de Tebas e mãe de Édipo, com quem se casou sem saber que era seu filho. A personagem tema do espetáculo também sofre com a morte do rei Laio, morto por Édipo, que desconhecia a identidade do verdadeiro pai.

Édipo tornou-se rei de Tebas após ser o único homem a resolver o enigma da esfinge, animal mitológico que assolava a cidade com um desafio indecifrável, devorando os moradores do reino a cada palpite errado.

Quando Édipo descobre sua condição de parricida e incestuoso, cega-se. O anti-herói nega-se a acreditar na realidade que vê a sua frente, preferindo a escuridão perpétua do que a luz da terrível verdade.

A história é amplamente conhecida do ponto de vista de Édipo, enquanto o sofrimento de Jocasta fica em segundo plano. A tragédia vista a partir da mulher reprimida que se redescobre no leito pervertido do filho rejeitado, desvenda a alma de uma mulher real, que é vítima de uma situação arquitetada pelos deuses.

Jocasta representa a mulher desvalorizada, ferida por ser tratada como um objeto desprovido de desejo, em sua luta para resgatar o mais profundo do seu ser: a feminilidade.

A visão de Jocasta nos dá um discurso justo, íntegro e passional sobre o destino e seus mistérios. E a oportunidade de defesa de uma mulher que foi desenhada como a grande vilã da humanidade. São revelados sentimentos complexos e inesgotáveis de uma alma sombria e atormentada em busca da libertação.

É uma reflexão para tentar captar, esclarecer e entender a alma humana.