Exposição “Seleção: Um Século de Religião” no Shopping Pátio Higienópolis

jul 03, 2014 Entretenimento, Exposição

Está em cartaz no Shopping Pátio Higienópolis a exposição “Seleção: um Século de Religião”, com vinte fotos que traçam paralelos entre o fanatismo dos torcedores e a devoção religiosa. Os registros foram extraídos do livro “The Yellow Book – Seleção: Um Século de Religião”, 192 páginas, Toriba, 2014.

“No princípio eram as trevas. E, então, acenderam-se os refletores”. Assim consta da criação do mundo do futebol no livro concebido pelo presidente da editora Toriba, Pedro Sirotsky. Este e outros conteúdos religiosos do esporte são o mote da edição que ganha uma exposição como uma das formas de divulgação. Em “Seleção: Um Século de Religião”, é possível apreciar, divertir-se, por exemplo, com a imagem de Ronaldo, de amarelo, driblando adversários de vermelho que ilustra a frase: “Para dar alegria à torcida, às vezes é preciso atravessar um mar vermelho.”

ronaldo em fotografia exposta em “Seleção: Um Século de Religião”

A exposição e o livro contam com fotografias de arquivo de grandes agências de notícia, como Reuters, O GLOBO e Getty Images. Ilustrações que compõem literalmente a bíblia do futebol, incluindo até mesmo os 10 mandamentos. Para não pecar contra a seleção brasileira os torcedores devem: amar uns aos outros e compadecer dos argentinos, e também, reservar o domingo como dia santo para ir ao estádio. Com projeto gráfico de Sérgio Gordilho e edição de textos e fotos de Zé Dasilva, o livro em divulgação na exposição “Seleção: Um Século de Religião”, sugere: “Catequizai cedo vossos filhos com uma camisa amarela na porta da maternidade.”

Mas nem tudo é festa e ironia. A foto do “Maracanaço” brasileiro frente a seleção uruguaia lembra que além do lateral Ghiggia, apenas Frank Sinatra e sua santidade o papa João Paulo II silenciaram com apenas um gesto o até então maior estádio do mundo. Assim, a exposição “Seleção: Um Século de Religião”, mostra-se uma compilação democrática ao agregar todos os povos, mesmo que para isso seja necessário lembrar nossas derrotas. Mas não importa. Apesar de tantas batalhas e tanto sofrimento, na iminência do sexto título, o que todos querem no sétimo dia é sentar para assistir o jogo.