Fantasmas, teatro de Henrik Ibsen, chega a São Paulo com direção artística de Roberto Alvim e elenco com Luís Melo, Alexandre Borges, Caco Ciocler, Luísa Micheletti e Juliana Galdino. No roteiro do dramaturgo norueguês valorizado por sua contribuição para o teatro realista moderno, a discussão de tabus como promiscuidade e eutanásia.
Henrik Ibsen (1828 – 1906), que chegou a ter sua peça proibida por expor uma sociedade ainda muito ligada as aparências e permeada por hipocrisia. Em Fantasmas (ou Espectros) escrita em 1881, o autor conta a história de um grupo de pessoas que vivem no asilo da Sra. Alving, um local que abriga idosos e pacientes em estado terminal. Ibsen resgata as maldições comumente retratadas nas tragédias gregas e cria uma doença terminal degenerativa e hereditária, que só pode ser interrompida com o cair de todas as máscaras.
Enquanto esperam pela morte, os personagens vivem aventuras fora do casamento, relacionam-se com o Pastor e sugerem até mesmo um incesto. Tudo sem violar a imagem de cidadão respeitável. Vagando pelo palco sobre um chão de acrílico de onde são iluminados, os atores são retratados mesmo como Fantasmas. Apesar de terem todos perfis demasiadamente humanos, repletos de contradições, vivem escondidos por suas mentiras em nome da imagem a preservar, e com a morte iminente realizam desejos carnais como se não houvesse amanhã. E talvez não haja.
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