mar 05, 2014 Turismo
O Largo da Memória, localizado no centro da cidade de São Paulo, abriga o monumento mais antigo da cidade. No começo do século XIX o largo, localizado no início da rua da Palha, atual rua 7 de Abril, era ponto de reunião dos moradores da cidade e caminho obrigatório dos viajantes que paravam para encher os seus cantis na água da bica ali existente.
Em agosto de 1814, o governo encarregou o engenheiro Daniel Pedro Müller da construção da estrada do Piques, para facilitar a comunicação entre São Paulo e o interior. Além da estrada, Müller propôs a formação de um largo e a construção de um chafariz, complementado por um obelisco.
Nos limites da cidade nova, o largo era porta de entrada do núcleo urbano, numa época em que as tropas de burros cumpriam importante papel no transporte de cargas e mercadorias. Pelo chafariz, os moradores das imediações se abasteciam de água potável e os animais se refaziam das longas caminhadas.
Construído em pedra de cantaria pelo mestre pedreiro Vicente Gomes Pereira, o Obelisco – monumento mais antigo da cidade – emergia de uma bacia de alvenaria com grades de ferro, que servia como reservatório da água vinda do Tanque Reúno, atual praça da Bandeira.
O chafariz foi retirado do largo em 1872. Nessa época, a estrada de ferro transferiu para a Estação da Luz o papel de porta de entrada da cidade. As antigas tropas foram perdendo sua importância, até serem totalmente substituídas pelo trem.
Em 1919, nos preparativos das comemorações do Centenário da Independência, o arquiteto Victor Dubugras e o artista plástico José Wasth Rodrigues elaboraram um projeto de reforma do Largo da Memória, acrescentando um novo chafariz e um pórtico com azulejos à area, exibindo uma cena do antigo largo. Completavam a intervenção escadarias em pedra e azulejos decorativos com o brasão da cidade, escolhido por concurso público, vencido pela parceria Guilherme de Almeida e Wasth Rodrigues em 1917.
O largo foi protegido no começo da década de 1970 pelo município, tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) em 1975, no início da construção do Metrô Anhangabaú, e tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) em 1991.